27 março, 2010
Transbordelia desvairada: não, não somos de esquerda!
Visite:
http://revistarebeldia.org/index.php?s=N%C3%BAmero+01
ou
http://revistarebeldia.org/revistas/Numero67/03estado.pdf
e não escolha lado nenhum!!!
divulgação gratuita em apoio aos hermanos e irmãos esquecidos mas que não esquecem.
A revolução não vai passar na TV nem ser postada em blog...e pode estar acontecendo agora, ali na rua....olha lá, da uma conferida, desliga essa merda de computador!
OH MINAS GERAIS! Critica midiática à Mineirada que me deixa saudades....enchada neles!
O Editor Amnésico 25 de março de 2010
Por Wellington Emiliano Morais*
A cada dia, a sociedade brasileira se entorpece mais com os desserviços que algumas empresas de comunicação promovem. Os seus conteúdos parecem não estar relacionados entre si, tudo é organizado com a intencionalidade de não haver conexão, soltos, prontos para serem consumidos pelos indivíduos que os tem em mãos.
Os indivíduos que consomem esse produto entram em estado de anestesiamento perante a realidade que os confronta, tendo apenas sentimentos melancólicos com o mundo em sua volta.
Essa capacidade de transpor os homens e mulheres ao concreto aparente vem na roupagem de imparcialidade dos fatos e acontecimentos que compõem as páginas dos periódicos e dos jornais televisivos. Numa “imparcialidade parcial”, e com uma definição clara de classe, destina todos seus esforços ao trabalho de educar as massas aos ditames burgueses.
Atrelada a essa parcialidade que define a função social destes meios, surgiu também uma espécie de “amnésia aguda tendenciosa”, provocada pela imparcialidade dita, que não permite a compreensão dos fatos e acontecimentos tal como são.
Estes surtos amnésicos têm problemas gravíssimos para a sociedade. Acompanhemos:
Tempos atrás, uma terra da União grilada pela Empresa Cutrale foi ocupada pelo MST com o objetivo de denunciar o crime e o uso abusivo de venenos nas árvores de laranjas. As empresas de informação lançaram seu veneno misturado com insanidade sobre aqueles ocupantes, fazendo transparecer que sucatas que estavam na mecânica e ferro velho da fazenda foram máquinas danificadas ou destruídas pelos Sem Terra - estes que, munidos apenas de foices e enxadas, queriam apenas espaço para poder produzir o necessário para o consumo humano. Enxadas e foices, instrumentos primitivos de uso no trabalho rural, são tomados como armas por aqueles que ignoram a pobreza no Brasil.
Nas Gerais de Guimarães Rosa, o Jornal Estado de Minas demonstrou da forma mais imprudente a sua faceta corrupta . Atacado por um surto amnésico no último dia 3/3, se impacta com a “descoberta” de que na capital mineira, em pleno século XXI, existem trabalhadores Sem Teto, e afirma que estes transtornam a vida política da ilustre cidade.
O que não foi dito a este difamador (jornal Estado de Minas) é que este ‘fantasma’ que ronda a capital e que responde por um singelo nome de Dandara é apenas a manifestação da repulsiva política habitacional, ou melhor dizendo, a falta de uma política habitacional por parte da prefeitura do condado de Belo Horizonte - que no seu horizonte mescla a cinza das fábricas e os barracões de zinco dos seus operários.
O adorado periódico mineiro esbalda titubeações em torno do recém ocorrido, mas o que ele não sabe é que esse fantasma não é novo.
Passado quase um ano de ocupação, ocorrida em abril de 2009, com a participação de vários movimentos urbanos e rurais e com o apoio da sociedade, o jornal assume a tarefa inglória de questionar a legalidade da ocupação, que conta com mais de 887 famílias.
O periódico alega que a ocupação emperra o processo de construção de moradias populares pela prefeitura através do programa federal “Minha casa, minha vida”. Como se explica? Áreas públicas destinadas à construção de moradias populares de um programa público não podem ser ocupadas por Sem Teto? Se de fato essa é intenção da prefeitura, maiores motivos ela tem agora para realizá-lo.
Ali naquela ocupação, senhores editores, existem homens e mulheres, famílias que viviam em encostas e em áreas de risco. Se as Brigadas Populares e o MST, em parceria com os movimentos pela moradia, comunidades religiosas e outros movimentos, não tivessem resgatado essas pessoas para a ocupação, com certeza os periódicos estariam trazendo em suas colunas fotos de seus corpos soterrados pelos deslizamentos de terras, provocados pela penúria de suas moradias nas favelas.
O que sabemos, e a sociedade também sabe, é que vocês, senhores, são lacaios da burguesia, e que se emaranham aos interesses da burguesia mineira; atacam-nos no intuito de construir no imaginário da sociedade um tipo de transtorno com a ocupação que não existe, ocultando com isso o verdadeiro interesse - que é destinar aqueles quase 400 mil metros quadrados de terras para as empresas de construção.
Temos muitos elementos que justificam a permanência daquelas famílias naquele local: o apoio a da sociedade, o trabalho social que eles prestam para os belo-horizontinos, o embargo à liminar de despejo deferida contra eles, o enorme contingente de sem teto que está às margens da capital, entre outros.
Nós, do MST, fazemos parte e apoiamos incontestavelmente essa ocupação. Nós a consideramos legítima e legal. O jornal Estado de Minas se equivoca quando relaciona o MST como único agente desta ocupação, pois sua realização só foi possível com a parceria do movimento com as Brigadas Populares e com o apoio de tantos outros movimentos.
Nós faremos o que for possível para mantê-la, ela é parte integral de nossa luta contra a injustiça nesse nosso Gerais.
* Da direção estadual do MST de Minas Gerais
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