15 setembro, 2010


em sol afogado ao seco

sinto febre de querer ir longe


quando não estou

estou lá

quando os olhos fogem

é lá que estou


em águas mais calmas me aprofundo

e socego é uma bóia que paquero de baixo


quero quanto não posso

pendura

que hoje ta osso


preço da vida que passa

troco da vida que levo


treco estranho é ser suscinto

Desculpa, Leminski,

é o que sinto


perco minhas costas de vista

e vou lá


perco a calma, as estribeiras, a vergonha, a chave de casa, a hora, a cabeça, a partida, a guerra

e vou lá
enquanto fico
farejando a saudade
de dentro de mim
simples assim
como um ésse um íh e um ême

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